O poeta, aliás, enquanto agente escultor do movimento, que caminha num espaço tecido por tempos que vão se sobrepondo: esse espaço temporaliza-se, estratifica-se, e o que está à vista evoca uma outra rede de imagens, e assim sucessivamente, num movimento contínuo que fixa espacialmente os estratos oriundos da relação com o tempo. Camadas, sobreposições, sedimentos. Planos, sucessões, epigenesia. Na poesia, no cinema. Em que tudo o que é profundo se revela à superfície.